sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Entrevista com o presidente do Santos

Demorei para postar, pois sinceramente, fiquei enojado com as respostas do presidente (ou da assessoria) do Santos que foram dadas ao Dassler, em entrevista publicada no blog dele...

http://dassler.blogspot.com/2008/08/entrevista-com-marcelo-teixeira.html

Abaixo o conteúdo, e crio um outro post comentando a ensaboada entrevista do presidente alvinegro...

Há três anos, o Santos via entrar em caixa valores na casa dos 150 milhões de reais em razão da venda de alguns jogadores como Robinho e Elano. Como, em tão pouco tempo, a situação santista atingiu o patamar atual?

Há um grande engano nestes períodos e nos números, pois não entraram em nosso caixa 150 milhões de reais há três anos atrás. Desde 2003, portanto há seis anos, temos tido o privilégio de utilizar bem a Lei Esportiva em vigência na hora de negociar atletas para garantirmos o retorno financeiro ao clube. Neste período, foram feitos muitos investimentos para mantermos a vanguarda e os projetos do clube.

O principal é verificarmos que destes investimentos alcançamos glórias, títulos e aumento patrimonial, o que prova a nossa capacidade e competência em aplicarmos corretamente estes recursos. Venha conhecer o moderno e sofisticado Centro de Treinamento Rei Pelé e seu Complexo Modesto Roma, o Hotel cinco estrelas Recanto Alvinegro, o eficiente Centro de Treinamento Meninos da Vila, a reformada e maravilhosa Vila Belmiro e todos os seus modernos departamentos, o Memorial das Conquistas, um dos principais pontos turísticos da cidade, do estado e do país.

Seria questionável ou reprovável se todos os investimentos destes anos fossem desperdiçados ou mal aplicados, mas provamos pelos excelentes atletas que defenderam nossas cores, pelos títulos e pelas obras e avanços de nossa estrutura que acertamos nas decisões. Caso contrário, não seríamos citados como modelo de gestão e vitoriosos nas urnas em eleições com nossos associados, com uma margem impressionante de 70% de preferência do quadro associativo.
Em relação ao último balanço (2006), as dívidas santistas aumentaram bastante, os resultados em campo não vêm sendo bons e o patrimônio social, também, é cada dia mais baixo. Como a direção vê esse quadro, bastante preocupante?

É muito interessante este assunto. Só analisam um período, quando planejamos investimentos nas mais diversas áreas que nitidamente alcançaram sucessos - quer no setor patrimonial, com obras e aquisições em equipamentos, aperfeiçoamento de nossos profissionais e conquistas de títulos com as equipes de futebol profissional e de base.

Os resultados em campo foram ótimos, com o bicampeonato paulista, que não conquistávamos desde 1984, o vice-campeonato brasileiro e semifinalista da Libertadores de América. A direção está consciente e organizada em suas ações pretendendo manter a política de novos investimentos para mantermos equipes fortes e competitivas para bem representar o clube nas competições para orgulho e honra de nosso torcedor.
Se quisermos recuperar os valores financeiros temos ativos suficientes em nosso elenco que a qualquer instante podem ser transacionados para obtermos novos recursos equacionando as dívidas do clube. O importante é que estamos seguindo rigorosamente os nossos planos, temos nossas contas em dia, todos os impostos e dívidas passadas quitadas ou em fase de liquidação com a Timemania com planos ambiciosos que estão sendo concretizados para os próximos anos.


Segundo também o balanço de 2007, o Santos tem empréstimos a serem pagos com valores na casa dos 41 milhões de reais. Como a direção pretende resolver esse problema?

São empréstimos naturais de um planejamento financeiro, uma vez que não são dívidas de curto prazo. Podem ser amortizadas com uma simples venda de um atleta ou encerrada com as próprias receitas em médio prazo. Neste ano, resolvemos programar ações que estão resultando em economias sem a perda da qualidade do trabalho.

Qual avaliação a direção santista faz especificamente do legado deixado pelo Vanderlei Luxemburgo após dois anos à frente do comando técnico do clube?

Um excelente trabalho, com dois títulos paulistas, duas classificações à Taça Libertadores, um vice-campeonato brasileiro e ainda por um gol não fomos à final do principal torneio continental no ano passado. Apenas não negociamos atletas para melhorar nosso balanço financeiro.

Dia a dia, a média de público santista vem caindo bastante. No último Campeonato Brasileiro, o Santos ficou atrás de praticamente todas as equipes da Série A. Como a direção enxerga essa situação?

Isso é fruto da situação econômica do país. Quando jogamos fora de casa os estádios lotam, sempre foi uma característica de nossa torcida, mesmo nos tempos de ouro da década de 60 e da nova geração de Meninos da Vila neste novo milênio. Temos relatórios e pesquisas que atestam que somos líderes em pacotes de jogos por pay-per-view e televisão fechada, que comprovam o perfil de nosso torcedor. Manteremos as ações para atrair a torcida para a presença no estádio.

A aproximação da Traffic neste momento, em que a situação financeira é bastante delicada, é a única saída para manter uma equipe de alto nível vestindo a camisa do Santos?

Não, porque já temos uma equipe competitiva. Nossos investimentos são feitos internamente no clube e, em breve, teremos novas safras de jogadores oriundos das nossas equipes de base, que melhorarão e qualificarão nosso elenco. A aproximação com a Traffic é muito salutar, porque o J. Havilla é um homem sério, vitorioso e capaz de desenvolver um trabalho de apoio para os clubes, como tem feito com várias entidades no país. Pretendemos manter novas conversações para, quando surgir oportunidades de negócios de interesse entre as partes, concluirmos favoravelmente para o engrandecimento do futebol brasileiro.

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