sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Sobre o Leão.

Não vou acusar A, B ou C pelo infeliz incidente ocorrido ontem na Vila Belmiro, até pela manifestação do Cosmo (através do Indio) sobre a reação da diretoria da Torcida Jovem no caso de agressão ao Emerson Leão.

Poderia dizer o que a maioria certamente deseja, que os culpados sejam punidos, que o Santos se disponha a ajudar o treinador, que o cidadão Emerson Leão não merece ter tal tratamento primeiro pela pessoa que é, e depois por ter ganhado títulos aqui, por ter defendido o clube da ação de empresários, etc, etc...

Eu vou resumir tudo o que acho sobre essa situação em uma frase:

Nem torcedor, nem dirigente, nem jogador, ninguém tem o direito de "corintianilizar" o Santos.

E este ano é o que mais estão tentando fazer, transformar o Santos na bomba relógio que o Corinthians era ano passado.

Será que esse ano e o ano que vem, demoram muito para acabar?

Depois de uma longa e tenebrosa semana...

Peço desculpas aos poucos que leem este blog...

Durante esta semana, precisei estar ausente das atividades esportivas, bloguísticas e cervejísticas por motivos pessoais, porém, tudo volta ao normal e deixarei meus pitacos sobre os dois jogos que eu não comentei:

Santos x São Paulo

Não vi o jogo, apenas os melhores momentos.

Não dá para comentar aspectos técnicos do jogo, porém, pelos melhores momentos, pela escalação e pelo o que eu consegui ouvir na rádio, o resultado foi bom mesmo que tenha deixado o santista com a sensação que era possível vencer o São Paulo lá.

Santos x Vitória

Esse sim, assisti e gastarei algumas linhas sobre o jogo.

Há muito tempo, este blogueiro tem dito que o Santos precisava fazer o arroz feijão, sem invencionices "tátiticas", sem deslocamentos muito complicados pois além da fase não ser boa, e do time não ser brilhante técnicamente, esse tipo de deslocamento tem que ser treinado a exaustão para não deixar buracos defensivos.

Era onde Leão errava ao tentar fazer que Wesley executasse várias funções.
Era onde Cuca errava ao acreditar que o time poderia variar entre 5 esquemas táticos num jogo só.

É onde Márcio Fernandes tem acertado em cheio.

O tal do padrão tático, e a tal da memória tática que eu tanto defendi aqui neste blog, tornaram o Santos um time.

Além disso, dois jogadores cairam como uma luva nesse time: Bida e Wendell.

O primeiro é o jogador que Luxemburgo procurou desde a saída de Wendell (o outro) para o Bordeaux. Um jogador com capacidade de marcar e sair para o jogo, que consiga executar a função de terceiro volante pela esquerda, com poder de marcação aceitável e com boa saída de bola.

Mesmo que ele lembre em vários momentos o Cléber Santana (o que não é nada elogioso, principalmente quando se trata da preguiça), é um jogador que parece ter se encaixado bem ao esquema do Márcio Fernandes e que parece não ter sentido o peso da camisa, do momento conturbado...

O Wendell é o melhor lateral que passou pelo Santos desde 2006, mesmo sendo um volante improvisado.

É só notar que depois que ele foi efetivado na lateral direita, não existem mais as avenidas pelos lados da defesa santista (muito em função também do posicionamento do Carletto, que se não marca bem, pelo menos corre). Os nossos zagueiros pouco tem saído para os lados do campo, fazendo com que o futebol do limitadíssimo Domingos, e do gênio Fabiasno "novo Baresi que tá doido pra ser negociado" Eller melhorasse demais.

Inclua-se nesse processo de evolução:

* A volta do Rodrigo Souto ao meio campo. Esse parece ter reencontrado o futebol perdido em 2007...Até o nenhum futebol do Brum melhorou!

* A óbvia efetivação do Cuevas como companheiro de ataque do Kléber Pereira.
O paraguaio não é de fazer gols, não é de soltar a bola com velocidade, mas faz o que o Kléber Pereira precisa: se movimenta.
É o que o Leão tentou fazer com o Wesley, só que o garoto não apresentou bola para isso...

* A escalação de um jogador que exerca a função de meia, seja ele Michael ou Molina.
Apesar de não achar o Michael um jogador para exercer essa função de meia, por ver nele um condutor de bola e não um armador e, do Molina ainda não apresentar um futebol regular mesmo me dando a nítida impressão que é o único jogador de qualidade para pensar uma jogada nesse time, há alguém determinado para fazer a função de levar a bola ao ataque de algum jeito diferente dos chutões da zaga.

O resumo da ópera é que, depois de eu não ver durante meses a tal da evolução no time, o Márcio Fernandes fazendo o simples, dando padrão de jogo ao time e não inventando, começa a fazer o time jogar relativamente bem.

Agora, serão 10 dias de treino para um jogo decisivo, contra o Fluminense do "genial" Cuca.

Pontos esses que são decisivos para que 2008 dê ao santista uma trégua.
Pois este ano, está dose para elefante...