quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Santos x Cucuta - análise tática.

O bicho não era tão feio quanto foi pintado...
Tivemos chance de ganhar o jogo, não ganhamos de novo pelo azar do Kléber Pereira, por um erro aceitável do bandeira.
Mas o Santos, táticamente, mostrou uma faceta diferente ontem.
Se no domingo Leão teve sua melhor atuação tática desde o tempo dos "Meninos da Vila", ao matar o lado esquerdo do São Paulo com a entrada de Marcinho Guerreiro, ontem ele quase deu um tiro certo...
Armou o time num 3-4-3 clássico, com uma variação tática para o 4-3-3. Como isso?

A zaga com Domingos marcando pela direita, Adailton sobrando e Betão pela esquerda, tinha a sua frente uma linha de 4 jogadores de meio campo: Adriano, Rodrigo Souto, Marcinho Guerreiro e Carletto. Adriano e Carletto, alas bem espetados e fechando em diagonal, tentando chegar no trio de atacantes Kléber Pereira, Quiñonez e Molina. Um desses três voltava para armar o time, foi muito comum aliás ver o Kléber Pereira tentando fazer essa funçao.

A variação também era simples. Algumas vezes, Domingos abria para jogar como um zagueiro pela direita e Carletto voltava para ser um lateral. Adriano ia para o meio campo e o time saia de um esquema para o outro.

Deu certo? Não.

Primeiro porque Quiñonez não jogou. Perdido no esquema, pouco acrescentou.

Segundo porque Domingos, não tem o mínimo cacuete para jogar como um falso lateral. E eh o único dos zagueiros com o mínimo de velocidade para isso. E o lado direito com Adriano e Domingo é extremamente rifador de bola, por mais que o Adriano venha jogando muito acima do que já jogou algum dia na vida...

Na volta do intervalo Leão simplificou, abrindo Wesley pela esquerda, fixando Molina no meio e Kléber Pereira no ataque...

O que isso pode significar no futuro? Muita coisa, principalmente se lembrarmos de Fabão.

Fabão, no São Paulo, jogava como um terceiro zagueiro "a européia", saindo como um falso lateral direito. Exatamente o que Leão tentou fazer com Domingos?

Coincidência? Jamais...

É o Santos de 2008, que começa a criar forma. Não será o Santos brilhante de outros anos, mas nesses dois últimos jogos, mostrou que pode ser um Santos eficiente, se os atacantes começarem a acertar o gol, um Santos letal.