domingo, 24 de agosto de 2008

Santos 2x0 Cruzeiro – Enfim uma vitória! E sobre um bom time!

Há tempos que não saia da Vila Belmiro satisfeito com uma atuação do Santos. Aliás, há muito tempo que não via o Santos jogar uma partida de forma competente, convincente e ganhar de um time candidato ao título.

Está tudo certo e agora somos candidatos ao título? Não.

Porém, parece que há mesmo uma luz no fim do túnel e essa luz não é um trem vindo na contramão.

Depois de tanto reclamar, questionar parece que alguém na Vila Belmiro leu os blogs de alguns santistas.
O Santos há três jogos tem o mesmo esquema de jogo, independente de quem jogue ou do resultado que obtenha, logo, o 4-3-1-2 implantado pelo Márcio Fernandes começaria a dar resultados. E deu hoje.

O time ficou menos exposto, pois a cada movimentação de jogadores durante a partida, o outro sabia exatamente onde deveria estar e o que deveria fazer. A tal da memória tática parece que, enfim, chega a Vila Belmiro.

Há detalhes importantes:

OS LATERAIS MARCARAM

Wendell jogou hoje mais do que todos os laterais que o Santos teve em 2008 juntos. Deu muito mais consistência defensiva ao time fazendo assim com quem Domingos e Eller não saíssem feito uns malucos para cobrir a lateral direita, e ainda chegou ao ataque de forma até surpreendente.

Já Carletto fez a torcida hoje sequer lembrar-se do Kleber.
Não que ele tenha sido genial, mas o fato dele conseguir cobrir o seu setor, chegar à linha de fundo e abrir espaço pela lateral de campo, deu uma imensa melhora ao setor defensivo já que o Fabiano Eller (que fez até uma boa partida, por isso não vou chamá-lo hoje de Fabiasno) não precisava correr o tempo todo para cobrir a lateral de campo.

Como não poderia deixar de ser tenho que fazer um agradecimento e um pedido:
OBRIGADO DUNGA E CBF!
AGORA VENDE O KLÉBER FIGGER!


O TRIPÉ DE VOLANTES FUNCIONOU

Brum foi eficiente no desarme, mesmo tendo um passe terrível. Fez o trivial: desarmou e tocou para o lado;

Bida, apesar da preguiça foi muito bem. O Vitória deve ter uma fábrica de “Cléber Santanas”, pois ele é idêntico ao ex-jogador do Santos. Inclusive na dificuldade de dominar a bola na canhota, no “sono” e na preguiça.

Rodrigo Souto tem que ser analisado à parte neste jogo.
Primeiro que ele não parecia que estava há meses sem jogar futebol, depois, que ele fez uma partida primorosa. A qualidade que a sua entrada deu ao passe santista é coisa para se pensar.
Foi mais um que fez hoje, uma partida melhor que tinha feito no ano inteiro.

TIVEMOS UM ARMADOR

Michel não é um jogador que tem por característica distribuir o jogo. Ele está longe de ser o camisa 10 dos sonhos de qualquer torcedor santista por ser só um carregador de bola e um bom driblador.

Só que hoje o time pelo menos teve alguém para levar a bola ao ataque.

Com volantes chegando, com laterais passando pelas laterais (e não fechando pelo meio) o trabalho dele foi facilitado.

Não acho que ele seja o jogador para fazer essa função, acho que o único cara do elenco que tem qualidade e característica para fazer isso é o Molina que entrou no segundo tempo.

E o Molina, mesmo sem ritmo de jogo, mesmo ainda perdendo bolas bobas no fim do jogo, fez o que se espera de um armador no segundo gol do Kléber Pereira.

A BOLA CHEGOU AO ATAQUE

Cuevas é outro que não é gênio, mas o simples fato de ser um jogador de movimentação dá ao Kleber Pereira a possibilidade de ficar mais próximo a área, que é onde ele deve jogar. Com Lima, “OJ” Pereira era obrigado a sair mais da área, deixando a finalização da jogada para o “esforçado” Lima (para ser bacana com ele).

O deslocamento de Cuevas desviou a atenção que a zaga cruzeirense tinha sobre o Kleber Pereira, logo, ele teve mais jogadas de conclusão claras a gol. E como ele é bom centroavante, com chances de gol e com o mínimo de vontade, vai marcar sempre.

E o que foi animador: quando Cuevas cansou, entrou Wesley.
Um jogador de movimentação, por outro jogador de movimentação!

CONCLUSÃO

O que ganha jogo é o óbvio!
Dois zagueiros;
Dois laterais que antes de apoiarem como malucos saibam ao menos cobrir o próprio setor;
Um volante que desarme e toque para o lado, sem complicar;
Dois volantes que saibam jogar e que também marquem;
Um meia de ligação, ou alguém que tente fazer essa função;
Um atacante de movimentação e um atacante fixo na área.

Se o técnico escalar jogadores dentro dessas características e, principalmente, substituir um titular por um reserva de característica igual, a coisa pode melhorar.

Acho que devemos ter paciência, se esse time for o do Márcio e se ele não inventar em substituições, esquemas táticos.
Afinal já aturamos invencionices táticas do Leão ao achar que o Wesley poderia executar 14 funções dentro do campo e mais invencionices ainda do Cuca ao tentar, no mesmo jogo, fazer o time jogar no 3-4-3, no 4-3-3, no 3-5-2 com um simples acenar de mãos. E tudo isso sem treino.

O jogo contra o São Paulo é ultra complicado, ainda não dá para pensar em nada diferente de apenas fugir do rebaixamento.

Se esse time ganhar os jogos que tem na Vila Belmiro, já será excelente e o suficiente para evitar que o ano acabe em desastre.

Mas o animador é que pela primeira vez no ano, vi a tal evolução do time.
Pela primeira vez no ano, vi um time com padrão tático de jogo idêntico ao do jogo anterior.

É manter isso, dar memória tática a esse time!

E rezar, muito!